Sabe aquela sensação gostosa de escutar a primeira pipoca que estoura na panela? Sinal de que o milho está bem quente e de que o processo é irreversível: dali em diante vamos ouvir cada vez mais estalos.
Algo assim senti ao participar do primeiro CONANE em novembro de 2013, lá em Brasília. Processos individuais e coletivos que estavam cozinhando nas distintas partes do país reuniam-se e, ali, se faziam ver. Se entrelaçavam e fortaleciam.
A capital federal dava lugar ao espaço de encontro de educadores, cientistas, artistas e entusiastas da educação, de distintas realidades e gerações. As palestras e rodas de conversa tinham como tema transversal: quais alternativas ao sistema tradicional de ensino já existem hoje no Brasil? Como potencializá-las, visibilizá-las, estimular a criação de outras?
Eis o desafio.
A Educação precisa aumentar sua qualidade. Mas bem, isso já é frase batida, consenso social. O ponto essencial é: como? A CONANE queria buscar os “comos” e gerar uma rede de pessoas que no seu dia-a-dia já experimentam pedagogias diferentes capazes de repensar as bases do sistema educativo.
Ali mesmo na Conferência, foi entregue ao MEC o III Manifesto pela Educação, fruto do debate entre educadores impulsionado pela articulação da Rede Românticos Conspiradores. As crianças do evento também entregaram um documento elaborado por eles, o Manifestinho.
Podemos dizer que vivíamos um momento especial de convergência de novos ares, de impulso para abrir portas e tecer redes.
Internacionalmente, em agosto de 2012, estreava o filme A Educação Proibida, que questiona os paradigmas da educação tradicional ao mostrar experiências alternativas na América Latina e Espanha. O documentário gerou muitas reflexões, deu origem à Reevo (rede de educação alternativa) e hoje já possui quase 12 milhões de visualizações no Youtube.
Nacionalmente, víamos o mapeamento de iniciativas inovadoras feito pelo Caindo no Brasil, a movimentação gerada pelo Edu on Tour e projetos que estavam cozinhando para sair do forno no ano seguinte, como o lindo filme Quando Sinto Que Já Sei, estreado em julho de 2014 que mostra escolas brasileiras com um novo olhar sobre a Educação.
O ano seguinte ao CONANE (2014) foi cheio de pipocas que estouravam: Ciranda de Filmes em abril, estreia dos filmes Sementes do Nosso Quintal e Tarja Branca, Virada Educação em maio, intensas atividades da Rede Nacional de Educação Democrática, Centro de Referências em Educação Integral, Portal Aprendiz, Movimento Entusiasmo, entre outras.
E 2015 continua com este movimento, que parece crescer em espiral. Teremos outra Virada Educação em setembro, agora em várias cidades do país; além do Mapa Educação, em Brasília no final de agosto. Nossos vizinhos latinoamericanos estão organizados para a primeira Semana da Educação Alternativa, SEA Bogotá, que acontecerá ainda neste mês. E em maio houve nova Ciranda de Filmes e a estreia do filme Território do Brincar, propondo um encontro poético com a criança brasileira.
A CONANE deste ano, em sua segunda edição (5 a 7 de setembro em São Paulo), será outro acelerador da transformação que estamos cocreando todos juntos. Contará também com a participação de educadores de outros países, pois este movimento é mundial e se entrelaça com os demais. O Ministro da Educação, Renato Janine, participará representando o olhar das políticas públicas brasileiras.
Gosto de uma frase que dizem ter sido escrita por Victor Hugo: “não há nada mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou”.
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Links en orden para añadir al texto:
www.conane.pro.br
www.manifestopelaeducacao.blogspot.com.br
www.romanticos-conspiradores.ning.com
www.caindonobrasil.com.br
www.eduontour.weebly.com
www.educacionprohibida.com
Quando Sinto Que Já Sei: www.youtube.com/watch?v=HX6P6P3x1Qg
www.cirandadefilmes.com.br
www.sementesdonossoquintal.com.br
Tarja Branca: www.youtube.com/watch?v=dadvMzBqIdI
www.educacaointegral.org.br
Portal Aprendiz: www.aprendiz.uol.com.br
www.facebook.com/movimentoentusiasmo
Algo assim senti ao participar do primeiro CONANE em novembro de 2013, lá em Brasília. Processos individuais e coletivos que estavam cozinhando nas distintas partes do país reuniam-se e, ali, se faziam ver. Se entrelaçavam e fortaleciam.